GLP-1: o que você precisa saber sobre as “canetas emagrecedoras”
No consultório, tenho visto cada vez mais mulheres chegando com uma dúvida em comum: “Doutora, estou usando a caneta de emagrecimento, e agora?”
Nos últimos anos, os análogos de GLP-1, como semaglutida e liraglutida, ganharam fama e até apelidos como “canetas emagrecedoras”. O apelo é grande: resultados rápidos na balança e, muitas vezes, sem aquela luta diária contra a fome.
Mas emagrecer apenas com a ajuda do medicamento — sem ajustes na alimentação e sem suporte profissional — pode trazer riscos importantes.
O que são os análogos de GLP-1?
Esses medicamentos “imitam” um hormônio intestinal chamado GLP-1, responsável por aumentar a saciedade, retardar o esvaziamento gástrico e regular a secreção de insulina.
Eles foram criados inicialmente para o tratamento do diabetes tipo 2, mas também mostraram eficácia na obesidade. O ponto é: reduzir a fome não é sinônimo de emagrecer com saúde.
Os riscos do uso sem orientação nutricional
Na prática, vejo muitos efeitos colaterais quando o tratamento é feito sem acompanhamento nutricional:
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Déficit proteico e calórico – menos apetite significa menor ingestão de nutrientes essenciais.
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Perda de massa magra – um dos riscos mais sérios da perda de peso rápida.
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Deficiências de vitaminas e minerais – a baixa ingestão alimentar pode gerar carências. Vejo muita gente ficando com a imunidade lá em baixo por falta de vitaminas e minerais.
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Efeitos colaterais mais intensos – como náuseas, constipação e mal-estar.
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Efeito rebote – sem reeducação alimentar, o peso perdido tende a voltar caso você pare de usar a caneta.
O papel do nutricionista
O acompanhamento nutricional é o que garante que o uso do GLP-1 seja seguro, sustentável e eficaz.
👉 Com a orientação certa, é possível:
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Proteger a massa magra, ajustando a ingestão de proteínas.
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Usar suplementação estratégica, como whey, creatina, leucina e micronutrientes.
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Detectar sinais de desnutrição oculta logo no início.
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Evitar o efeito sanfona, criando estratégias para manter os resultados a longo prazo.
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Trabalhar junto ao médico, acompanhando toda a evolução clínica.
Massa magra: o ponto crítico
Estudos mostram que até 40% da perda de peso com GLP-1 pode vir da massa muscular se não houver suporte nutricional adequado. Pra começar, perder massa magra não é emagrecer, é perder apenas peso. Emagrecer envolve melhora da composição corporal, ou seja, maior perda de gordura do que de músculo.
Além disso, perder massa magra não é apenas uma questão estética. Isso compromete o metabolismo, o equilíbrio hormonal, aumenta o risco de sarcopenia e dificulta a manutenção do peso no futuro.
A suplementação como aliada
Dependendo do caso, a suplementação pode ser fundamental:
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Proteína isolada ou hidrolisada → mantém aporte proteico mesmo com pouco apetite.
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Creatina → preserva força e massa muscular.
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Leucina ou Amonio ácidos essenciais → estimulam a síntese proteica.
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Multivitamínicos de alta biodisponibilidade → evitam deficiências nutricionais.
Para concluir
O GLP-1 pode ser uma ferramenta importante no tratamento da obesidade, mas ele não faz milagres sozinho. O acompanhamento nutricional é o que transforma o remédio em um aliado seguro e eficaz.
💜 Se você está em tratamento com GLP-1 (ou pensando em começar), procure orientação nutricional. É isso que vai garantir que seu emagrecimento seja saudável, preservando sua energia, sua massa magra e seus resultados a longo prazo.